Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Por Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

É, foi inesperado. Ainda dá pra sentir o coração batendo forte, a respiração alterada, a mente vazia, e ao mesmo tempo cheia vontade de parar o tempo só para poder aproveitar aquele momento. Foi estranho, foi bom, foi nostálgico.
 Eu me arrependo. Me arrependo por não ter aproveitado esse momento anteriormente. Me arrependo por não ter sentido esse sabor por completo quando eu tinha esse direito. Foi tão rápido... Das duas vezes. Não tive tempo de dizer o que você foi pra mim. Mas se eu soubesse, se tivesse noção do quanto importava pra mim com certeza não teria permitido tudo aquilo.
 Hoje eu sei o seu valor. Sei o quanto vale o seu sorriso, o seu olhar, sua atenção... sua presença em fim. E fico feliz. Fico feliz por ter a oportunidade de ter isso mais uma vez, mesmo que pela metade.