Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Por Clarice Lispector

terça-feira, 30 de novembro de 2010






E lá está ela solitária mais uma vez. Se encontra caída entre todos seus sonhos frustrados e despedaçados. Por mais que seus olhos tentem encarar sua realidade ela os fecha rudemente tentando se prender à sua ilusão. Seu mundo está completamente destruído, ela tenta o recompor, mas a cada pedaço de concreto que tenta recolocar, um novo pedaço se quebra em cem micro pedaços. E ela chora. Não consegue conter estas lágrimas. Talvez esteja fraca demais para tentar se recompor.
Ela se levanta, vai até a janela. Observa minunciosamente um grupo de meninas jovens. Como estão felizes, animadas. Dando altas gargalhadas. E isso a incomoda profundamente. Agora, ela já tem 31 e continua estacionada exatamente onde estava a dez anos atrás, talvez em um nível rebaixado, mais profundo e obscuro. Outrora tivera sonhos, era jovem. Exatamente como aquelas meninas. Queria ser escritora, queria amar. Queria poder falar de amor. Hoje, suas folhas e seus versos se encontram amassados na lata de lixo que já estava cheia deles. E ela não pode falar de amor. Por não saber exatamente o que ele é, ou se realmente existe.
 Uma das jovens olha para cima e fita a janela rindo-se da senhora que ali se encontra recostada. E as estrelas caem, já é noite. Mais uma noite. Ela se deita e ora à Deus. Pede que tudo fique bem, e que um dia ocorra o milagre do amor. E ela sabe acima de tudo que dói esperar tanto nessa fila, mas que um dia pode ser sua vez e esse dia certamente chegará!

domingo, 28 de novembro de 2010

Compreender, sentir, melhorar e viver finalmente.

Olhe para todas as coisas que você possui. Tudo, tudo mesmo. Agora imagine que você acabou de perder uma de suas coisas favoritas. Como você reagiria à isso ?
    Agora olhe para todas as pessoas ao redor. Todas mesmo. Agora imagine Ver uma dessas pessoas chorar, ou até mesmo ter de vê-las partindo. O que você faria para tentar contê-las ?
    O Fato é que dor só passa a ser dor quando nos afeta diretamente. De forma que, só passamos a querer mudar algum problema quando ele nos machuca. Ainda que esse seja o maior problema do mundo. Com certeza vamos conseguir acabar com ele caso faça uma pessoa que amamos chorar, ou que a faça se afastar de nós.
    E o sofrimento? Se todos nós olhássemos as dores alheias como olhamos a nossa própria dor ou a dor de quem amamos com certeza o mundo seria bem melhor... o nome disso é compreensão, ou gratidão... Pense nisso.
    Um ótimo domingo à todos. Fiquem na paz.
...

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Liberdade e paz. Ousadia e Caos

   É estranho observar o que tem acontecido nos dias atuais. O que está acontecendo com a população?
Por mais que tentemos entender, é complicado. As ruas estão em chamas, há lágrimas espalhadas por todos os cantos vindas de todos os tipos de emoção. O Ser humano se acostumou a colocar suas idéias sempre em primeiro lugar. Esquecendo-se assim de que todos nós temos nossos direitos e deveres. Parece que todos nós estamos dispostos a colocar nossos desejos em primeiro lugar. 
Ordem e progresso? Não para nós. Não queremos ordem e muito menos progresso. Afinal, em que isso me acrecentaria? Em nada, suponho. Não vou ter um carro do ano  tendo ordem, não vou ganhar milhões com o progressso. Só vou conseguir isso se agir com minhas próprias mãos. Se for alí e roubar um carro, se for alí e assaltar um banco. Aí sim, serei rico. As autoridades, os políticos? Eles não se importam com a gente. Com o que se come na favela. com o que os viciados querem. Já que não se importam, vamos buscar a forma mais fácil, as contias mais altas, os caminhos mais errados.
PAREM! O caminho mais largo nem sempre é o melhor. Se todos nós pensarmos individualmente não haverão cidadãos de bem, não haverão famílias. Se isso não parar, haverão guanques, quadrilhas. E as lágrimas? Elas vão prosseguir, multiplicar-se e nos afogar.
E agora, o que nos resta? "Mil cairão ao teu lado, Dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido"
Mas também não é por isso que vamos provocar.
Paz, nós queremos paz ! Mas devo lhe alertar. A paz não é uma folha que cai da árvore no nosso quintal. Ela é uma semente que, se plantada em solo fértil e cuidada, cresce, e dá frutos.
Fiquem em paz.

bjsbjs..